Desfile sem faixa presidencial de Vampirão da Tuiuti provoca debate sobre censura

A ausência da faixa presidencial da icônica personagem Vampirão Neoliberalista, da escola Paraíso do Tuiuti, causou rebuliço nas redes sociais neste domingo (18). Ativistas, movimentos e veículos ligados à esquerda levaram a tag #TemerDitador aos tópicos mais discutidos do dia no Twitter.

A agremiação que ficou em segundo lugar no Carnaval do Rio de Janeiro participou do desfile das campeãs, durante a madrugada, e repetiu seu tom bastante crítico ao governo de Michel Temer. Entretanto, o professor Léo Moraes, que encarnou o Vampirão da Tuiuti, desfilou sem a faixa presidencial — que deixou explícito no desfile original tratar-se de uma representação de Temer.

O jornal O Globo apurou no barracão da Tuiuti informações de que “emissários da Presidência da República” pediram à Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) para impedir que o adereço fosse utilizado.

Entretanto, a Presidência soltou uma nota oficial negando ter feito qualquer pedido para escola de samba sobre a faixa presidencial do desfile.

A suposta censura foi alvo de críticas de coletivos como o Mídia Ninja e o blog petista Brasil 247.

O cantor Caetano Veloso endossou as críticas à suposta censura, retweetando o Mídia Ninja.

A presidenciável Manuela D’ávila insinuou que “tirar a faixa presidencial é especialidade de Temer”, referindo-se ao impeachment de Dilma Rousseff, considerado um “golpe” pela esquerda.

O carnavalesco da Tuiuti, Jack Vasconcelos, responsável pelo enredo da escola crítico ao governo Temer, disse ao Globo que não poderia confirmar nem negar a informação de que teria havido censura da faixa presidencial no desfile das campeãs.

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, aliado de Temer e pai da ministra interrompida do Trabalho, Cristiane Brasil, ironiza a classificação do emedebista como “ditador” por ativistas que apoiam Cuba e Venezuela.

O desfile original da Paraíso do Tuiuti ocorreu na madrugada da segunda-feira (12). O enredo “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” fez diversas críticas à reforma trabalhista empreendida pelo governo Temer e também aos manifestantes que foram às ruas contra o impeachment de Dilma e fizeram panelaços.

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